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CURIOSIDADES DE CARNAVAL 2 - Origem

09 janeiro, 2008

Eu sabia que vinha de longe, aí este ano resolvi pesquisar um pouquinho:

Carnaval: de onde vem essa festa?
Resquícios da origem do carnaval são preservados até hoje, incluindo as brincadeiras de sujar as pessoas nas ruas.

Até onde se sabe, a origem do carnaval começou de uma manifestação popular antes da era Cristã, onde as divindades da mitologia greco-romana recebiam festejos e honras na época da colheita. Durante as comemorações em Roma acontecia uma quebra de hierarquia, onde escravos, filósofos e tribunos se misturavam, ocorrendo verdadeiros bacanais.

No início da era Cristã veio a censura e a igreja determinou que os festejos só deveriam acontecer antes da Quaresma, daí o surgimento do nome "Carnavale" que significa "o tempo em que se tira o uso da carne", numa espécie de abuso da carne.

A festa chegou a Portugal nos séculos XV e XVI, nomeada Entrudo - introdução da Quaresma. O evento era marcado por um divertimento associado à violência, devido ao costume de criar bolas de cera com substâncias mal cheirosas para jogar nas pessoas que estivessem na rua. E foi exatamente esse carnaval violento que aportou no Brasil.





No Brasil...

No Brasil, o Carnaval foi introduzido pelos portugueses. Seu nome era entrudo —palavra que vem do latim introitus e que designa as solenidades litúrgicas da Quaresma.

O Carnaval daqui foi, até a metade do século XIX, uma festa de muita sujeira e molhação. Os escravos a festejavam sujando-se uns aos outros com polvilho e farinha de trigo, ou espirrando água pelas ruas com o auxílio de uma enorme bisnaga de lata.

As famílias brancas, refugiadas em suas casas, brincavam o Carnaval fazendo guerras de laranjinhas —pequenas bolas de cera que se quebravam espalhando água perfumada—, ou então, jogando de suas janelas um líquido não tão cheiroso na cabeça dos passantes.

Por isso as pessoas evitavam sair às ruas durante os dias do entrudo. Isso fez com que os bailes de máscara, realizados apenas para a elite durante o Primeiro Império, e, a partir da década de 1840, para a classe média, fizessem muito sucesso.

Nesses bailes, que eram pagos e feitos em teatros e hotéis do Rio de Janeiro, não se dançava o samba, mas sim o schottische, as mazurcas, as polcas, as valsas e o maxixe, que era o único ritmo genuinamente nacional. Somente em 1869, quando o ator Correia Vasques adaptou a música de uma peça francesa e deu para essa adaptação o nome de Zé Pereira —mesma música que é cantada até os dias de hoje—, apareceu a primeira música de Carnaval. Até então, todas as músicas eram instrumentais ou em outro idioma.

O carnaval da rua, entretanto, quase não existia. Tudo à custa da violência que tinha o entrudo [há no Recife, atualmente, uma brincadeira sobrevivente do entrudo que se chama mela-mela].

Alguns jornalistas da época começaram a estimular a criação de carnavais que imitassem os de Roma e de Veneza, onde as pessoas saiam às ruas fantasiadas para tomar parte no corso ou para realizarem batalhas de flores ou de confete.

Um dos jornalistas que defendia ardorosamente esta forma de Carnaval era José de Alencar, o qual escreveu na sua coluna do "Jornal Mercantil" do Rio de Janeiro, às vésperas do Carnaval de 1855, a seguinte frase: "Confesso que esta idéia me sorri. Uma espécie de baile mascarado, às últimas horas do dia, à fresca da tarde, num belo e vasto terraço, com todo o desafogo, deve ser encantador". Foi assim, após uma campanha dos jornalistas contra o violento entrudo e a favor do elegante Carnaval veneziano, que os desfiles de rua começaram a acontecer.

A partir daí o Carnaval pode ser dividido em dois tipos distintos de manifestação: um, feito pelas classes mais ricas nos bailes de salão, nas batalhas de flores, nos corsos e desfiles de carros alegóricos; outro, feito pelas classes mais pobres nos maracatus, cordões, blocos, ranchos, frevos, troças, afoxés e, finalmente, nas escolas de samba.

Assim, caótico desde seu princípio, o Carnaval brasileiro é também marcado pela divisão das classes sociais.

Atualmente, tanto nos desfiles das escolas de samba do Rio e de São Paulo como nos festejos do nordeste, esta divisão ficou um pouco mais sutil, o que tornou o carnaval mais democrático, mas ainda há lugares em que ela persiste. Na Bahia, por exemplo, só pode desfilar em alguns dos blocos quem tem dinheiro para pagar pelo abadá, ou nas escolas de samba do Rio que passam por um processo de embranquecimento e de comercialização, há, vez por outra, lugares onde apenas aqueles que tem dinheiro podem brincar —os camarotes dos sambódromos do Rio e São Paulo são uma demonstração clara dessa divisão.

FONTE





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